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O valor social da neurodiversidade

A neurodiversidade é um conceito ainda pouco conhecido, mas que tem papel vital na sociedade. Neurodiversidade – ou neurodivergência – é a ideia de que os cérebros humanos são todos diferentes, e que essas diferenças são tão naturais quanto as encontradas na cor dos nossos olhos, tamanho ou personalidade das pessoas.

 

 

Judy Singer, socióloga australiana e portadora da síndrome de Asperger, foi a criadora do termo, popularizado pelo jornalista Harvey Blume. Ambos trocaram muitas ideias sobre o tema antes de torná-lo público. Singer sustenta que cada ser humano é único em sua composição cerebral, inclusive os neurotípicos, aqueles que a sociedade considera ter um funcionamento “padrão”, ou seja, mais comum de ser encontrado. A pessoa neurodiversa ou neuroatípica possui uma configuração neurológica diferente desse padrão, desse “normal”. Por exemplo, pessoas com condições como autismo (TEA), dislexia, transtornos de aprendizagem (TA) ou de atenção e hiperatividade (TDA e TDAH). Também é o caso das pessoas com altas habilidades. (Lembrando que essas condições podem vir combinadas, como explicamos no post “Dupla condição e muita confusão”)

 

Foto de Ben Wicks, na Unsplash.

Essas diferenças influenciam no comportamento, socialização e aprendizagem das pessoas. São grandes os desafios para quem não funciona no modelo mais próximo da maioria, até porque essa maioria costuma associar essas condições com doenças que precisam ser curadas e tendem a excluir os neurodiversos dos seus grupos de convívio e das oportunidades de emprego.

 

 

Então por que a neurodiversidade é uma força e não uma debilidade? “A neurodiversidade pode ser tão crucial para a raça humana quanto a biodiversidade é para a vida em geral”, resumiu Blume em um artigo de 1998 para a revista “The Atlantic”. A premissa da riqueza de variedade que sustenta o equilíbrio e a saúde da vida na Terra em geral se aplica para a raça humana.

 

 

Em termos práticos:

  • Quando se aceita que a inteligência e a forma de pensar não se limitam a um único modelo, abre-se o caminho para a verdadeira igualdade entre todos, sem hierarquia entre os modos de operação.
  • Reconhecendo que a diversidade neurológica faz parte da humanidade, é possível construir uma sociedade mais inclusiva, onde cada indivíduo encontra seu lugar, independentemente de suas diferenças.
  • Cada cérebro funciona de forma única, o que pode levar a soluções criativas e ideias inovadoras. As pessoas neurodivergentes muitas vezes têm uma forma original de ver o mundo, que pode enriquecer a sociedade em muitas áreas, da arte à tecnologia.
  • Levar o olhar da neurodiversidade para o ambiente educacional e corporativo pode gerar grandes vantagens competitivas e de dinâmica de trabalho nas organizações e nas instituições de ensino. Pessoas que pensam de forma diferente, como as superdotadas, conseguem enxergar as situações de outra maneira e chegar a soluções não tradicionais nem tão óbvias para os demais. Pessoas disléxicas, por exemplo, demonstram habilidade de pensar de forma inovadora, forte raciocínio lógico e compreendem padrões com maior facilidade. Já dentro do espectro autista, além de serem sistemáticas, meticulosas e extremamente detalhistas, essas pessoas podem fornecer percepções e perspectivas únicas para a solução de problemas, pois têm alta capacidade de concentração, raciocínio lógico e imaginação.
 

Ao abraçar a neurodiversidade cria-se um ambiente mais respeitoso e aberto para todos, especialmente para aqueles que muitas vezes são marginalizados.

Inclusão não é apenas aceitação, é uma fonte de força coletiva. Reconhecer e celebrar as diferenças neurológicas enriquece a vida de toda a sociedade.

 

 

 

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